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Uma dúvida muito comum entre nossos clientes brasileiros que moram nos Estados Unidos é sobre suas opções para aposentadoria. Além da aposentadoria pelo governo (americano ou brasileiro) que, na maioria das vezes é insuficiente e ainda pode não estar disponível por diversas razões, quais outras opções estão disponíveis?
Quando se trata de aposentadoria, o conceito de previdência privada é bem disseminado entre os brasileiros e muitos já tiveram ou ainda mantém planos no Brasil.
Infelizmente, muitos não sabem que existem planos de previdência privada aqui. Com a descoberta dessa informação imediatamente surge a pergunta:
QUERO FAZER UM PLANO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. É MELHOR FAZER AQUI OU NO BRASIL?
Dentre as pessoas que nos fazem essa pergunta, muitas já têm um plano no Brasil, mas estão morando aqui há muito tempo e começaram a se questionar se vale a pena continuar com o plano no Brasil. Já outras estão prontas para começar a investir em seu futuro financeiro aqui, mas não conhecem as opções nos EUA e acabam paralisadas no processo de decisão entre fazer aqui ou lá.
Para responder a essa pergunta, vamos analisar 3 fatores principais.
Primeiro: Onde você pretende viver quando se aposentar?
Parece uma pergunta óbvia, mas é muitas vezes ignorada. Você sonha em se aposentar aqui ou no Brasil? Ter um plano de aposentadoria em um país quando a intenção é morar em outro, vai lhe expor a um grande fator de risco econômico: o risco cambial.
Esse risco é especialmente alto no caso de um plano feito no Brasil quando a intenção é de viver nos Estados Unidos. Historicamente, o câmbio tem sido favorável à moeda americana e com flutuações altas em curtos espaços de tempo (como aconteceu recentemente).
Considere esse exemplo: alguém que recebesse uma aposentadora de 3 salários mínimos (R$ 2,172) em junho de 2014 traria para os EUA US$ 952. 18 meses mais tarde apenas, essa mesma pessoa traria para cá somente US$ 564. O equivalente a um corte de 40% na aposentadoria.
Segundo: A segurança do seu capital investido no plano.
Essa é uma pergunta que “nunca falha” entre os brasileiros que estão considerando planos de previdência privada nos Estados Unidos: “O que acontece com o meu dinheiro se a empresa falir?”
No Brasil existem inúmeros casos de pessoas que perderam parte ou todo o capital investido em fundos de previdência (guardem essa palavra: fundos; voltaremos a ela em breve). Já nos Estados Unidos, desde o pior período econômico que foi a Grande Depressão de 1929, a maior perda registrada foi de 4%.
Porque a diferença tão grande? Existe uma diferença fundamental entre previdência privada no Brasil e nos Estados Unidos.
No Brasil temos fundos de previdência privada. Fundos carregam, por natureza, um certo nível de risco. Portanto, não há legislação que possa proteger o consumidor de um risco que é intrínseco ao produto. É o mesmo risco de investir na bolsa de valores. Na realidade, é para lá que vai o dinheiro.
Já nos Estados Unidos, os planos de previdência são contratos entre uma pessoa e uma companhia de seguros. E as companhias de seguro nos Estados Unidos precisam aderir a regras muito mais rígidas do que os próprios bancos em termos de reservas financeiras, por exemplo.
Além disso, caso uma companhia seguradora nos EUA esteja em apuros financeiros, ela não pode simplesmente pedir falência. É preciso passar por um processo gerido por um departamento do estado que garante que os contratos existentes sejam realocados para outras companhias.
Terceiro: Planejamento financeiro em longo prazo depende de estabilidade econômica.
Nesse último segmento vamos falar de um conceito muito conhecido por nós brasileiros: inflação (ou preservação do poder aquisitivo). Esses fator é fundamental porque dependendo da idade com que se inicia um plano, uma pessoa pode ter 20, 30 ou até 40 anos pela frente até chegar a hora de se aposentar.
Inflação é uma realidade econômica em qualquer país. E é um daqueles casos em que tamanho é documento e faz uma grande diferença nas suas economias. A inflação corrói o poder aquisitivo do seu dinheiro.
Vamos usar outro exemplo: no período de 21 anos (período de vida do Real) vamos analisar o efeito da inflação no poder aquisitivo de R$100 e de US$100.
No caso do Brasil, seriam necessários R$504 hoje para se comprar o mesmo que R$100 compravam há 21 anos. Já nos Estados Unidos, seriam necessários apenas US$186 hoje para se comprar o mesmo que US$100 compravam há 21 anos.
Publicado originalmento por Marina Couto no blog Brasileirinho.com
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